Não se constrói uma casa pelo telhado...
mas é, quase sempre, pelo telhado que ela se destrói.
Não se constrói uma casa pelo telhado...
mas é, quase sempre, pelo telhado que ela se destrói.
O horizonte precisa da música das ondas
em preguiçoso espraiar
para ser tocado em escala de sol e vagar
Ai, quantas vezes
Ai quantas
O Amor
A amizade
A fraternidade
São lâmpadas fundidas
Num emaranhado de fios...
Ai quantas!
Escorrem poemas
Momentos de água
Deslizando em fendas
Talhadas a par e passo
Podem acordar os pássaros
Aprisionados no espelho
Soltarem-se do rio
Os doirados das nuvens
Do fundo das muralhas
Labaredas azuis
Que nas horas escuras ou leves
Imensas ou breves
Entre charcos e bordados
Palavras e pedras
Versos e pétalas
Há um espelho que nos reflecte
Há distâncias forjadas
Tão mar
Habitáculos de cardos
E ervas salgadas
Águas em fogo
Areias de gelo
Pássaros calados
Tão noite
Tão sede
Tão saudade…
Mas haverá ainda manhãs
Tão mar
De sítios tranquilos
Radiantes
De flores
E perfumes.
E das pedras sairão fontes
Onde os pássaros feridos
Se hão-de banhar.
Quase Inverno...
Um mergulho azul céu neste quase mar
Quase Natal...
Mergulho na alma deste quase verde olhar
Quase fim de ano...
E mais outro... quase a chegar
E em quase espelho estrelas renascer
Uma quase esperança fome
Agradecer e perdoar
E viver
Serenidade
Embalo perene
Quase...
Luar