Há dores enormes, do tamanho de um coração grande, que amargam e galgam as margens do peito, transbordando borda fora do corpo e da alma, para lá da cama, para além de todos os sentires...
Por vezes estamos assim, corpos perdidos de nós...
Há dores enormes, do tamanho de um coração grande, que amargam e galgam as margens do peito, transbordando borda fora do corpo e da alma, para lá da cama, para além de todos os sentires...
Por vezes estamos assim, corpos perdidos de nós...
Um assalto no caminho
Uma surpresa
Uma dor
Uma caverna escura
Um cárcere
E eu rendo-me
Ou pelejo?
Será que ensaio uma fuga...
Que faço?...
Do lado de lá
Há mais vida
Colorida
Um horizonte de mar
E a dor é só uma passagem
Que urge atravessar
Não se constrói uma casa pelo telhado...
mas é, quase sempre, pelo telhado que ela se destrói.
Urgente se vive,
tão depressa se morre.
Não há quem não tropece tantas vezes
nos caminhos que percorre...
O belo está em ir caminhando incessante,
conquistando rumo a cada instante,
mesmo que com sangue nos pés;
e ir sempre lavando as feridas,
voltar a caminhar outra e outra e mais outra vez,
sem dar importância demasiada aos tropeços.
Afinal, nem só de logros se faz a vida.
Ela é feita de recomeços.
O horizonte precisa da música das ondas
em preguiçoso espraiar
para ser tocado em escala de sol e vagar
Neste país
Muito se diz
Muito se escreve
Pouco se estuda
Pouco se aprende
Pouco se conjuga
Pouco se concerta
Tudo se sabe
Tudo se dita
Tudo se debita
Pouco se acerta